Como criar cabos para compartilhar dados e periféricos em
uma rede de computadores
Atualmente, é comum que existam redes de
computadores, não apenas em empresas, onde a rede pode ser composta por
centenas de computadores, mas também em casas, onde pode haver uma rede
de apenas duas máquinas. Um quesito muito importante para o
funcionamento da rede são os cabos (quando não se tratando de redes sem
fio). Afinal, eles são responsáveis pela transmissão de dados, sejam
eles referentes à internet, transferência de arquivos entre estações ou
ainda ao compartilhamento de impressoras ou algum outro periférico. Por possuírem tal importância, deve-se
ficar atento para que os cabos estejam corretamente arrumados. Para
tanto, é necessário que se dê a devida atenção a alguns itens, que vão
desde o tamanho máximo que esses cabos podem ter até o modo que seus
plugues serão crimpados. E por falar em “crimpados”, aí está uma
palavra que é muito discutida quando o assunto é cabos de rede. Algumas
pessoas dizem que o correto é “grimpar”, outras dizem “climpar”, e
algumas ainda retiram o “m”, falando apenas “clipar”. Apesar da palavra ainda não constar nos
dicionários (segundo pesquisas nos dicionários Houaiss e Michaelis), a
forma mais sensata de pronúncia e escrita é crimpar. A explicação é
simples: assim como inúmeras palavras relacionadas ao ramo da
informática (tais como mouse, site e HD), a palavra “crimpar” deriva do
verbo da língua inglesa “To crimp”, que significa algo como moldar uma
superfície (que é mais ou menos o que é feito ao crimpar cabos de rede). Para crimpar seus cabos de rede você vai utilizar as seguintes ferramentas:
Algumas pessoas utilizam estilete para
cortar a capa de proteção do cabo, porém o alicate de crimpagem já
possui lâmina para o corte, e, ao utilizar estilete, é muito fácil de
cortar os fios dos pares trançados do cabo de rede (o que também pode
ocorrer ao utilizar a lâmina do alicate). Caso isso ocorra, você deverá
iniciar uma nova ponta, cortando fora aquela danificada. Antes de iniciar o trabalho, é
interessante você saber qual o melhor modo de organizar a sua rede.
Existem alguns detalhes que devem ser levados em conta: há limitações
quanto ao tamanho máximo do cabo (o máximo recomendado é 100 metros), e
há mais de um modo de crimpar a ponta dos cabos, inclusive um que
dispensa o uso de HUB/Switch (para mais detalhes sobre o que é
HUB/Switch clique aqui), chamado de Crossover ou Cabo Cruzado. Se você precisar de mais de 100 metros
de cabo, o recomendado é que se utilize um HUB/Switch em meio ao
trajeto. Isso vale tanto para conectar um computador diretamente ao
HUB/Switch quanto para conectar um HUB/Switch a outro, e é chamado de
repetição. Os 100 metros é um tamanho médio
aconselhável. Dependendo da qualidade do cabo e da placa de rede
utilizados, é possível ultrapassar um pouco esse limite. Tudo dependerá
da qualidade do material usado. Existe também um tamanho mínimo
aconselhado, que é de 30 cm. É bom também não deixar o cabo de rede
junto a cabos de energia elétrica (como pode acontecer quando se usam
canaletas para a instalação), pois os de energia podem gerar uma
interferência eletromagnética na transmissão de dados do cabo de rede.
Ao abrir o cabo de rede, você perceberá que ele possui oito fios coloridos e divididos em pares. Você verá também que os dois fios de cada par estão entrelaçados, de modo que estão separados em cores. É comum que esses fios internos sejam chamados apenas de pares. Os
pares são trançados justamente para ajudar a evitar que haja
interferência eletromagnética na transmissão de dados. É recomendado que, primeiramente, você
passe os cabos pelas tubulações desejadas, uma vez que é muito mais
fácil realizar tal tarefa com os cabos sem os plugues. Também é
aconselhável que não seja feito o reaproveitamento de cabos de rede,
pois, quando se faz força para retirar o cabo do local onde ele se
encontrava, pode ocorrer a quebra dos fios internos, comprometendo o
funcionamento do cabo. Seja atencioso com a passagem e fixação
dos cabos, assim como na hora de crimpar suas pontas. É muito chato
quando a rede não está funcionando e, após um tempo tentando fazê-la
funcionar, descobre-se que os fios do cabo tinham sido quebrados durante
a passagem pela tubulação ou que a crimpagem estava malfeita. Antes de iniciar a crimpagem, escolha um dos padrões de sequência
para as pontas. Existem dois padrões mais utilizados: eles são
conhecidos como EIA/TIA 568A e EIA/TIA 568B. Ambos funcionam
perfeitamente.
Existem ainda dois tipos de cabo: os
cabos diretos e os cabos crossover. Nos diretos, ambas as pontas são
feitas utilizando o mesmo padrão, enquanto nos crossover uma ponta
utiliza o padrão EIA/TIA 568A e outra o EIA/TIA 568B. Em alguns casos, o
padrão de uma delas foge de um desses dois. Isso será explicado logo
abaixo. Os cabos diretos são utilizados para
interligar computadores e HUBs/Switchs. Nestes cabos, as pontas devem
ser exatamente iguais, pois, caso contrário, a transferência de dados
não irá ocorrer. O padrão utilizado em um dos cabos deverá ser o mesmo
na rede inteira. É verdade que você pode criar a sua
própria seqüência e utilizá-la em sua rede, entretanto, é extremamente
aconselhável que você utilize uma dessas duas seqüências sugeridas, não
apenas por questões de funcionamento correto, mas também por questões de
padronização. Se outra pessoa precisar corrigir algum problema em seus
cabos, ela saberá qual é a seqüência utilizada e será muito mais fácil
para solucionar o problema. Os padrões são dessa forma, pois foram
os melhores modos encontrados para que houvesse o mínimo possível de
interferência eletromagnética no cabo, seja esta externa ou gerada pelo
próprio cabo, e é justamente por isso que os pares são trançados entre
si. Se você desejar usar uma seqüência
própria por achar muito difícil crimpar o cabo utilizando uma das duas
seqüências mencionadas, tenha em mente que você terá grandes chances de
ter uma rede que não funcione com desempenho total ou até mesmo que não
venha a funcionar. Cabos crossover são utilizados para
interligar dois computadores diretamente, dispensando o uso de um HUB ou
Switch. Nesse caso, se você precisar compartilhar a internet, será
necessário que um dos dois computadores possua duas placas de rede. Em
uma delas você ligará o cabo crossover e em outra o cabo da internet, o
qual será um cabo direto. Os cabos crossover também são utilizados para
ligar um HUB/Switch a outro. Há um detalhe importante: se as placas
de rede dos computadores forem placas com velocidade de 1000 Mbits (o
que é bastante comum), você deverá utilizar outro padrão, um pouco
diferente dos EIA/TIA 568A e EIA/TIA 568B, em uma das pontas para que a
transmissão de dados possua a maior velocidade possível. Caso contrário,
a velocidade máxima utilizada será de 100 Mbits. A rede funcionará
normalmente, porém não na velocidade total. Existem dois padrões para esse tipo de
crossover. Dependendo do padrão que você escolher para a outra ponta do
cabo, seja EIA/TIA 568A ou EIA/TIA 568B, você deverá escolher uma das
duas para a outra ponta. Observe nas imagens abaixo os padrões de
crossover para redes de 1000 Mbits.
Atualmente, a tecnologia Auto MDI/MDIX,
criada pela Hewlett Packard, detecta automaticamente o tipo de cabo
necessário e configura a transmissão dos dados apropriadamente. Assim,
não é mais imprescindível o uso de cabos crossover nessas situações. HUBs, Switches e placas de rede
comumente têm a tecnologia auto-MDIX, o que facilita a conexão entre
computadores e HUBs ou Switches. Se um dos dispositivos envolvidos
possuir a tecnologia, o crossover é automatizado. Esse tipo de cabo só
se faz necessário quando ambos os componentes não possuem essa
tecnologia (basta conferir nas especificações de uma placa, HUB ou
Switch). Antes de iniciar, observe o alicate de crimpagem. Nele, existem dois
tipos de guilhotinas: uma para desencapar os cabos e outra para aparar
os fios. Em alguns casos, existe um sulco no qual o cabo deve ser
inserido para ser descascado. Existe também um conector no qual serão
crimpados os conectores RJ-45. Agora que você já sabe os tipos de cabo e
quando deve usá-los, e também já conhece o alicate de crimpagem, é hora
de começar o trabalho. Escolha um padrão de sequência para as pontas
dos cabos e lembre-se de usar apenas esse padrão em toda a rede (salvo
em casos de conexão de HUB/Switch com outro HUB/Switch, que é quando se
faz necessário o uso de cabo crossover). Veja agora como crimpar os
cabos. Corte um pedaço da capa do cabo. Faça
isso colocando o cabo no compartimento para descascar a capa, girando o
alicate, de modo que a capa que envolve o cabo seja cortada. Não utilize
muita força, pois se fizer isso, você poderá cortar um dos fios
internos do cabo. Caso isso ocorra, reinicie o processo. Os
cabos coloridos estarão separados em pares, e cada par possui uma cor
específica. Separe os cabos estique-os para deixá-los bem lisos, ficando
mais fácil e eficiente de se trabalhar com eles.
Separe as pontas na ordem correta, e,
utilizando a lâmina para aparar os fios, corte-os de modo que fiquem bem
alinhados. Após isso, insira-os no conector RJ-45. Com a trava virada
para baixo e com as pontas metálicas viradas para a sua direção,
interprete a seqüência que vai de um a oito, contado da esquerda para a
direita. Não deixe que os fios coloridos fiquem para fora. A capa do cabo deve
ficar dentro do conector RJ-45, quase até a metade do conector. Se isso
não ocorrer, diminua o tamanho dos fios internos até que isso
ocorra. Observe as fotos abaixo e veja como seu cabo deverá ficar
ao final do processo.
Certifique-se de que todos os fios coloridos estão chegando até o
final do conector, de modo que quando você for crimpá-los, as placas
douradas encostem em todos os fios coloridos. Caso isso não ocorra em
todos os fios, não haverá contato entre o fio e a placa dourada, e os
dados não serão devidamente transmitidos.
Após ter se certificado de que os fios
estão chegando até o final do conector, insira-o no compartimento do
alicate para finalmente crimpar o cabo. Insira o conector conforme
mostrado na imagem abaixo e pressione o alicate com força para que as
travas metálicas encostem nos fios coloridos. Após isso, analise o
conector e verifique se todas as travas estão abaixadas. Caso alguma não
esteja devidamente abaixada, repita o processo.
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